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sábado, 21 de maio de 2011

Professora Amanda Gurgel

"E precisa dizer mais ???



Olha, a professora Amanda Gurgel está de parabéns, fazia muito tempo que eu não ouvia alguém dizer tanta coisa com tão poucas palavras. Se esse video não tivesse sido gravado, o Brasil teria perdido uma das raras oportunidades de ver um grande momento acontecendo. E todas as pessoas que tiveram o privilégio de assisti-lo calado, puderam aprender um pouco mais sobre o que significa a expressão "ORDEM E PROGRESSO" em nossa bandeira.


Parabéns por não ter papas na língua, saber dar nome aos bois e colocar os pingos nos is. A democracia precisa de muitas amandas para ter vigor. Isso é exercer a cidadania."

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Contra a lei Edson Portilho e pelo fim da tortura de animais.

Olá.

Venho desta vez prestar um valioso serviço de utilidade pública.
Como muitos ficaram sabendo em abril, a lei do Sr. Deputado Edson Portilho, que permite a prática de tortura, mutilação e sacrifícios contra animais foi aprovada no Congresso Nacional em uma manobra covarde (isso em 2004).
A lei diz que torna-se permitida a tortura de animais quando parte de “cultos e liturgias das religiões de matriz africana“. A votação estava marcada para o terceiro quadrimestre de 2004, mas Edson criou um regime de urgência, em uma manobra injustificável que retirou a voz de qualquer oposição e só avisau aos deputados favoráveis à lei para votação. Resultado: os representantes dos direitos dos animais ficaram fora da jogada e a matéria foi votada sem problemas. Após uma votação de 32 contra 2 votos, seres vivos podem agora ser mutilados e feridos e suas vidas podem ser, simplesmente, descartadas uma vez não sirvam mais para o ritual.
Em discurso, feito na época, Edson justificou-se afirmando “Não sou Batuqueiro, mas sou Negro. E, como Negro, tenho o dever de lutar por esta causa”, confundindo várias causas diferentes, igualmente ignorando os direitos dos animais, e envergonhando essa nobre raça que construiu o nosso país.
Religião é sempre um assunto muito delicado e de escolha pessoal, mas até que ponto devemos ser coniventes com atitudes de desrespeito a outros seres vivos como mutilação e morte em nome do respeito à religião? Escravidão, discriminação, infanticídio e várias outras coisas horrendas já foram aprovadas por todas as religiões de milhares de anos atrás, mas a humanidade evoluiu, e muitas religiões evoluíram junto com a humanidade. Devemos fechar os olhos para práticas normalmente condenáveis puramente por pertencerem a religiões que ficaram para trás nessa evolução? Restringir, ainda, por origem africana é perpetuar mais um preconceito.



E é lógico que nós, cidadãos conscientes, não podemos concordar de forma nenhuma com uma lei dessas, porque ela vai contra a Declaração Universal dos Direitos dos Animais da Unesco. Leia esse trecho da declaração:



Artigo 3º
1.Nenhum animal será submetido nem a maus tratos nem a atos cruéis. 2.Se for necessário matar um animal, ele deve de ser morto instantaneamente, sem dor e de modo a não provocar-lhe angústia.


E ainda:
Artigo 11º
Todo o ato que implique a morte de um animal sem necessidade é um biocídio, isto é um crime contra a vida.


Ou seja, a lei vai permitir a tortura e morte de animais sem a menor necessidade.
Por isso, está rolando na rede uma petição online para que seja aprovado um projeto de lei do Sr. Ricardo Trípoli, que diz respeito a uma lei de proteção animal. É uma lei que visa proteger os animais de maus tratos e abusos provocados pelas ações dos homens, como experimentações e confinamentos, por exemplo.
Leia o texto e assine a petição virtual através deste site: http://www.leideprotecaoanimal.com.br/

É importante assinarmos a petição para não só aprovarmos a lei, mas mostrarmos aos nossos dirigentes que a população não está de acordo com crimes contra a natureza e contra os animais. Eles (os animais e a natureza) não podem ser punidos pela ganância e pelo sadismo humano.
É claro que eu adoraria que essa lei também contemplasse o fim dos rodeios e das vaquejadas. Maaaaaas, já é algo mais complicado, visto que envolve festas e bebedeira (coisas que muitas pessoas não abrem mão) e, quem sabe, não possa ficar para campanhas futuras.
Enquanto isso, vamos aprovar pelo menos essa lei e tentar ampliar o debate sobre os direitos dos animais.


Contamos com você.
Abraço.

domingo, 13 de junho de 2010

A Melhor Definição da Saudade.

"Médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional, com toda vivência e experiência que o exercício da medicina nos traz, posso afirmar que cresci e me modifiquei com os dramas vivenciados pelos meus pacientes. Dizem que a dor é quem ensina a gemer.
Não conhecemos nossa verdadeira dimensão, até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além. Descobrimos uma força mágica que nos ergue, nos anima, e não raro, nos descobrimos confortando aqueles que vieram para nos confortar.

Um dia, um anjo passou por mim...

No início da minha vida profissional, senti-me atraído em tratar crianças, me entusiasmei com a oncologia infantil. Tinha, e tenho ainda hoje, um carinho muito grande por crianças. Elas nos enternecem e nos surpreendem com suas maneiras simples e diretas de ver o mundo, sem meias verdades.
Nós médicos somos treinados para nos sentirmos "deuses". Só que não o somos! Não acho o sentimento de onipotência de todo ruim, se bem dosado. É este sentimento que nos impulsiona, que nos ajuda a vencer desafios, a se rebelar contra a morte e a tentar ir sempre mais além. Se mal dosado, porém, este sentimento será de arrogância e prepotência, o que não é bom. Quando perdemos um paciente, voltamos à planície, experimentamos o fracasso e os limites que a ciência nos impõe e entendemos que não somos deuses. Somos forçados a reconhecer nossos limites!
Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional. Nesse hospital, comecei a freqüentar a enfermaria infantil, e a me apaixonar pela oncopediatria. Mas também comecei a vivenciar os dramas dos meus pacientes, particularmente os das crianças, que via como vítimas inocentes desta terrível doença que é o câncer.
Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento destas crianças. Até o dia em que um anjo passou por mim. Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada porém por 2 longos anos de tratamentos os mais diversos, hospitais, exames, manipulações, injeções, e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimioterapias e radioterapia.
Mas nunca vi meu anjo fraquejar. Já a vi chorar sim, muitas vezes, mas não via fraqueza em seu choro. Via medo em seus olhinhos algumas vezes, e isto é humano! Mas via confiança e determinação. Ela entregava o bracinho à enfermeira, e com uma lágrima nos olhos dizia: faça tia, é preciso para eu ficar boa.
Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.

Meu anjo respondeu:
- Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!
Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei:
- E o que morte representa para você, minha querida?
- Olha tio, quando agente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é?
(Lembrei minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, costumavam dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exatamente assim.)
- É isso mesmo, e então?
- Vou explicar o que acontece, continuou ela: Quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é?
- É isso mesmo querida, você é muito esperta!
- Olha tio, eu não nasci para esta vida! Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!

Fiquei "entupigaitado". Boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem ação.
- E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha, emendou ela.
Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei ao meu anjo: - E o que saudade significa para você, minha querida?
- Não sabe não tio? Saudade é o amor que fica!
Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um dar uma definição melhor, mais direta e mais simples para a palavra saudade: é o amor que fica!

Um anjo passou por mim...

Foi enviado para me dizer que existe muito mais entre o céu e a terra, do que nos permitimos enxergar. Que geralmente, absolutilizamos tudo que é relativo (carros novos, casas, roupas de grife, jóias) enquanto relativizamos a única coisa absoluta que temos, nossa transcendência.

Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas me deixou uma grande lição, vindo de alguém que jamais pensei, por ser criança e portadora de grave doença, e a quem nunca mais esqueci. Deixou uma lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores.
Hoje, quando a noite chega e o céu está limpo, vejo uma linda estrela a quem chamo 'meu anjo', que brilha e resplandece no céu. Imagino ser ela, fulgurante em sua nova e eterna casa.

Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições que ensinastes, pela ajuda que me destes.

Que bom que existe saudades! O amor que ficou é eterno."

Rogério Brandão (Médico oncologista clinico) - Recife Boa Vista.

domingo, 6 de junho de 2010

SOBRE MARINA


Resumo


Nascida em 08 de fevereiro de 1958 é ambientalista e professora. Nasceu em uma colocação de seringueiras chamada Breu Velho, no seringal Bagaço, a 70 Km do centro de Rio Branco, no estado do Acre. Seus pais Pedro Augusto e Maria Augusta tiveram onze filhos, dos quais sobreviveram apenas oito. Marina cortou seringueiras junto com as irmãs e plantou roçados. Caçou, pescou e, por fim, ajudou o pai a quitar as dívidas com o dono do seringal. Aos quatorze anos só conhecia as quatros operações básicas de matemática, pois onde vivia não havia escola. Formou-se em História pela UFA. Na faculdade descobriu Marx e entrou para um agrupamento político semiclandestino, o Partido Revolucionário Comunista (PRC), que mais tarde seria incorporado ao PT.
Foi professora na rede de ensino de segundo grau. Engajou-se no movimento sindical. Foi companheira de luta de Chico Mendes e com ele fundou a CUT do Acre em 1985, da qual foi vice-coordenadora até 1986. Nesse ano, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores e candidatou-se a deputada federal, porém não venceu a eleição. Em 1988 foi a vereadora mais votada do Município de Rio Branco, e conquistando a única vaga da esquerda na Câmara. Como vereadora, causou polêmica por combater os privilégios dos vereadores e devolver benefícios financeiros que os demais vereadores também recebiam. Com isso passou a ter muitos adversários políticos, mas a admiração popular também cresceu.
Exerceu seu mandato de vereadora até 1990. Nesse ano candidatou-se a deputada estadual e obteve novamente a maior votação. Logo no primeiro ano do novo mandato descobriu-se doente: havia sido contaminada por metais pesados quando ainda vivia no seringal.
Em 1994 foi eleita senadora, pelo Estado do Acre, com a maior votação, enfrentando uma tradição de vitória exclusiva de ex-governadores e grandes empresários do Estado. Foi Secretária Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Partido dos Trabalhadores de 1995 a 1997. Pode-se dizer que se tornou uma das principais vozes da Amazônia, tendo sido responsável por vários projetos, entre eles o de regulamentação do acesso aos recursos da biodiversidade.
Em 1996 recebeu o Prêmio Goldmann de Meio Ambiente pela América Latina e Caribe, nos Estados Unidos. Em 2007, por meio da Medida Provisória 366, a ministra Marina Silva desmembrou o Ibama e repassou a gestão das unidades de conservação da natureza federais para o Instituto Chico Mendes.
Em 2003, com a eleição de Lula para a Presidência, foi nomeada ministra do Meio Ambiente. Desde então, enfrentou conflitos constantes com outros ministros do governo, quando os interesses econômicos se contrapunham aos objetivos de preservação ambiental.
Também em 2007, Marina recebeu o maior prêmio das Nações Unidas na área ambiental - o Champinhons of the Earth (Campeões da Terra)- concedido a seis outras personalidades: o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore; o príncipe Hassan Bin Talal, da Jordânia; Jacques Rogge, do Comitê Olímpico Internacional; Cherif Rahmani, da Argélia; Elisea "Bebet" Gillera Gozun, das Filipinas; e Viveka Bohn, da Suécia.
Em 13 de maio de 2008, cinco dias após o lançamento do Plano Amazônia Sustentável (PAS). Marina Silva entregou sua carta de demissão ao Presidente da República em razão da falta de sustentação à política ambiental.


(Fonte: http://www.movimentomarinasilva.org.br/page/sobre-marina)

Eu sou mais 1 porque não posso ser 100000000.

terça-feira, 23 de junho de 2009

•••




"Depois que o homem destruir o verde
e envenenar a água,
um pouco antes de morrer
chegará à conclusão de que

não pode comer dinheiro."

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

○○○



















“... um prato fundo pra toda
fome que há no mundo..."

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

♥♥♥




"Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz...

Mas não me diga isso...

Hoje a tristeza
Não é passageira
Hoje fiquei com febre
A tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela
Parecerá uma lágrima...

Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza
Das coisas com humor...

Mas não me diga isso...

É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa
Amanhã é um outro dia
Não é?...

Eu nem sei porque
Me sinto assim
Vem de repente um anjo
Triste perto de mim...

E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado
Por pensar em mim...

Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho...

Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser
Quem eu sou...

Mas não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...

Não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim..."

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Elogio da Dialéctica



"A injustiça avança hoje a passo firme
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração;
isto é apenas o meu começo

Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo que nòs queremos nunca mais o alcançaremos

Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nòs
De quem depende que ela acabe? Também de nòs
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aì que o retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã."

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

VIVA FIDEL!!!


O único Mito vivo da história da humanidade...
Quase meio século de revolução, passando por cima de todas
as dificuldades impostas pelos EUA.
Um homem digno de respeito.
Mesmo não concordando com tudo que ele fez...
Ainda assim o admiro.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Cristovam Buarque, lavando a alma dos brasileiros!!!


01/11/2000 às 16:55
A Internacionalização do Mundo

"Fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia, durante um debate, nos Estados Unidos. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha. De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade. Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia é para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da humanidade. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, possa ser manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa."

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Estrada Sem Fim


Essa estrada sem fim, esse rio seco, essa dor que habita em mim, o pouco de dia na imensidão da noite, essa utópica esperança de mudar, melhorar, esse desejo de desejar, sensível insensibilidade, essa falta de identidade, esse sorriso dolorido, essa dura sinceridade, ânsia por felicidade... rotina.
Escrevi um catálogo dos meus erros, escrevi novelas de fatos reais, fui protagonizante, rotulei pessoas, carimbei atitudes, rotularam-me também. Programei a vida, digito os dias, acesso antigos erros, deleto a felicidade.
Fabriquei lindos sonhos em cima de grandes pessoas, mas com o passar do tempo, percebi que lindos mesmos eram os sonhos, as pessoas pequenas demais.
Queria ter o direito de escolha, retornar alguns lugares e ir embora para outros, achar algumas coisas que procuro, não necessitar ser perfeita, conseguir algumas coisas, renunciar outras.
Queria, queria mesmo, alargar a estrada, por vida no rio, acabar com a dor, aniquilar a noite, mudar e melhorar, desejar, sensibilizar, ser alguém, sorrir sinceramente, ser menos dura, queimar o catálogo, mudar o roteiro da história, desrotular e desprogramar o que seja errado, encontrar pessoas que consigam ser realmente tão grandes quanto os meus sonhos.
E no final de tudo, em resumo, queria acabar com a ânsia de felicidade, sendo simplesmente FELIZ.